sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Soletrando II - CFNSA

SOLETRANDO- PALAVRAS II
1. circunscrever
2. existência
3. obséquio
4. definição
5. cisterna
6. obtuso
7. definhar
8. excursão
9. pardieiro
10. jumentice
11. espionagem
12. insolúvel
13. chuchu
14. espeleologia
15. escaramuça
16. triatleta
17. minissaia
18. extravagância
19. claustrofobia
20. subterrâneo
21. superfaturado
22. prescindir
23. aspersão
24. peremptório
25. semiárido
26. escória
27. macroeconomia
28. celuloide
29. sorumbático
30. pechincha
31. hiper – requintado
32. fúcsia
33. genuflexório
34. íngreme
35. realimentar
36. semiconsciente
37. rabugento
38. micro – ônibus
39. ultrassonografia
40. hostil
41. eloquência
42. meiguice
43. expectativa
44. hibridismo
45. álibi
46. anti – higiênico
47. biorritmo
48. sinergia
49. descompostura
50. impávido
51. hermeticamente
52. marmóreo
53. pâncreas
54. autorretrato
55. hiperotimista
56. super – romântico
57. consignação
58. sobre – humano
59. ex – aluno
60. assessorar
61. inter – racial
62. contraindicação
63. onomatopeia
64. antevéspera
65. subalugar
66. hiperinflação
67. alcachofra
68. paraquedas
69. para – choque
70. supersticioso
71. reincidente
72. ampulheta
73. excepcional
74. comensal
75. sequela
76. subversão
77. auriverde
78. malpassado
79. esferográfica
80. lisonja
81. absorto
82. desvantagem
83. fragrância
84. paupérrimo
85. faxineira
86. audiovisual
87. ajeitar
88. semianalfabeto
89. utensílio
90. viuvez
91. ressarcir
92. aeroespacial
93. anteprojeto
94. inserção
95. alcateia
96. autoestrada
97. antissocial
98. contrassenso
99. presságio
100. crucifixo
101. empecilho
102. perdiz
103. fricção
104. inconsútil
105. luxuosíssimo
106. laxante
107. escarcéu
108. analisar
109. reerguer
110. órfão
111. intoxicação
112. pisca – pisca
113. paralisar
114. jejum
115. potássio
116. genocídio
117. viageiro
118. turquesa
119. ojeriza
120. fraseologia
121. particípio
122. presumir
123. mini – igreja
124. selvageria
125. atrás
126. admoestação
127. obra – prima
128. captar
129. chaleira
130. insistência
131. míope
132. espargir
133. imprescindível
134. exímio
135. circense
136. desperdício
137. ornitólogo
138. celebrizar
139. broche
140. hidrogeologia
141. carapuça
142. bílis
143. recenseamento
144. cinismo
145. desestabilizar
146. frontispício
147. enxoval
148. pretensioso
149. negligência
150. comissão

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Como uma vírgula acabou com um namoro no dia dos namorados...

Conta-se que, em Palmeirinha do Vale, cidade de dezessete mil viventes, que se situa perto de Santana do Arrebol do Oeste, havia uma professora de português, extremamente rígida, de nome Austeresa de Jesus. Ela era de tal modo rigorosa para com os alunos que estes temiam encontrá-la mesmo no dia a dia, na praça central, na mercearia, na farmácia.

Dizem que ela interpelava seus pequenos educandos, estivessem onde estivessem, sobre as mais variadas regras gramaticais. Ai de quem não soubesse a resposta: ela sacava seu caderninho rosa, anotava o nome da vítima, a pergunta que lhe fizera, a resposta dada --ou a falta dela-- e o quanto valia relativamente à nota escolar.

Dependendo do grau de dificuldade da pergunta, ela diminuía 0,1, 0,2 ou 0,5 da nota que o aluno tirasse na prova seguinte. Era um suplício para as pobres crianças palmeirinhenses.

Quando Austeresa era jovem, enamorou-se de um belo rapaz, também professor de português, de nome Telos Alonso. Ele, porém, não tinha a mesma capacidade intelectiva dela nem a mesma habilidade em sala de aula nem a mesma rigidez. Era um moleirão a bem dizer, que nem gostava muito de estudos aprofundados. As maldizentes até comentavam que ele não era homem para uma mulher como Austezinha, como a chamavam carinhosamente.

O namoro entre eles durou exatamente onze meses e vinte e sete dias. O estopim para o término do relacionamento foi um cartão que ele lhe mandara no dia dos namorados em que escrevera "Para a minha namorada Austereza de Jesus". Ao ler esses dizeres, quase teve uma síncope; chegou a perder o juízo. Pegou de uma caneta e imediatamente escreveu-lhe uma pequena carta, em que dizia:

"Telos Alonso, é de conhecimento geral em Palmeirinha que tolero os maiores sofrimentos, que suporto as maiores provações. É, no entanto, também comentário corrente que há duas situações que jamais enfrentarei: traição e erro gramatical. E você, meu ex-amado, acabou de cometer ambos: você, professor de português, sabe muito bem que os nomes próprios femininos formados pela posposição do sufixo -esa ao radical se escrevem com S, não com Z.

Como meu namorado há quase um ano ainda erra meu nome, trocando letras? Não me importo tanto pelo erro de meu nome, mas importo-me --e muito-- com o trocar letras. Poderia ter-me chamado de Austerise; não me atenazaria tanto, pois teria usado as letras adequadas: nomes femininos terminados em -ise se escrevem com S, como Denise e Anelise; mas ignorar que se escrevem com -ês e -esa nomes de pessoas, como Inês, Teresa e o meu, logicamente, Austeresa, adjetivos pátrios, como português e portuguesa, e títulos sociais ou nobiliárquicos, como camponês e camponesa, marquês e marquesa e ainda princesa, a maneira como me tratava, é demais para mim.

Fico agora a pensar: cada vez que me chamava de princesa, sua mente produzia princeza? Não. É demais para mim. Não suporto tal provação. E a traição? Como a descobri? Você mesmo se delatou: '...minha namorada Austereza'. Assim escreveu você; sem vírgula. Assim escolheu me mostrar que tem outra namorada. Não teve coragem de me contar pessoalmente, contou-me por subterfúgio, e eu entendi.

Ao não colocar vírgula entre meu nome e o substantivo que ele especifica, mostrou-me que não sou a única. Se o fosse, ter-me-ia escrito '...minha namorada, Austeresa', com vírgula. Muito perspicaz foi você, dar-me a conhecer uma situação por meios gramaticais: substantivo próprio que especifica substantivo comum, sem vírgula entre eles, restringe, ou seja, há mais de um: 'Professora Austeresa', sem vírgula, pois não sou a única professora, há muitas; mas substantivo próprio que especifica substantivo comum, com vírgula entre eles, explica, ou seja, só há um: '...minha namorada, Austeresa', com vírgula; eu seria a única, mas não o sou; sei-o agora.

Aliás, nem me importo mais com o namoro. Mesmo não havendo a traição, não quero mais tê-lo como namorado, pois dois erros de português em uma única frase cometidos por um 'professor de português' é demais para mim. Adeus."

Nota do autor: Isto nem Austeresa atinou: o substantivo telo, na cidade de Beira, em Moçambique, é usado como sinônimo de jumento; e alonso, em uso informal, significa parvo, tolo, pateta

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Complicado???

‎35T3 P3QU3N0 T3XT0 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R C0M0 N0554 C4B3Ç4 C0NS3GU3 F4Z3R C01545 1MPR35510N4ANT35! R3P4R3 N155O! N0 C0M3Ç0 35T4V4 M310 C0MPL1C4D0, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO 0 C0D1GO QU453 4UT0M4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1T0, C3RT0? P0D3 F1C4R B3M 0RGULH050 D1550! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3 P4R4B3NS!!!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Baú de Brinquedos

Hoje decidimos arrumar os baús de brinquedos...As crianças estavam alegres e diziam que já não queriam uma porção deles.
Examinamos cada um, pensamos e relembramos os momentos em que eles chegaram até nós e as diversas vezes em que nos fizeram felizes...
Como mãe, percebo que esse dia fará parte de mais uma lembrança que guardarei...e como educadora, percebo a imensa importância do gesto que tentamos reproduzir, pois plantamos uma possível atitude de moral e caráter que espero florir muitas vezes no decorrer da vidinha dos meus filhos.
Depois de selecionar os brinquedos, confesso que alguns deles retornei aos baús...eles tinham mais significado pra mim, do que poderia imaginar e por isso ainda não consegui me desgrudar – tenho mesmo muito a aprender com meus pequenos...rs.
O fato é...após ensacá-los e levá-los até a garagem, senti-me aliviada; o quarto parecia mais leve, maior, mais expressivo.
Inacreditável...mas, minutos depois, uma senhora envelhecida pela força do sofrimento, pediu-me roupas e brinquedos. Suspirei aliviada pois, definitivamente libertaria minha casa daquela bagunça...enchemos, então, o seu carrinho...e com um grande sorriso, ela virou-se para Giovanna e disse que era lindo o seu gesto de colocar suas bonecas nas mãos de uma desconhecida. O Felipe, como sempre, já ofereceu sua pequena bicicletinha...rs
Enquanto fechava os portões, percebi que os olhos da Giovanna transbordavam de lágrimas, então perguntei:
- Gi, você está chorando, minha filha? – Nesse momento, meu coração já havia se partido pela possibilidade do arrependimento...
-Não, mãe! Entrou um “chuvisco” no meu olho...

sábado, 23 de abril de 2011

Para eu ou Para mim?

Em determinadas circunstâncias, você já esteve submetido a questionamentos desta natureza? Se sim, não se preocupe – nada mais natural! Expressões tão corriqueiras, mas que ao mesmo tempo funcionam como verdadeiros entraves para muitos usuários da língua.

Semelhantemente a outras ocorrências linguísticas, estas também estão condicionadas a determinadas regras, em se tratando de suas reais situações de uso. Portanto, algumas considerações se encontram evidenciadas a seguir, subsidiadas nos seguintes enunciados:

"As notas foram entregues a mim."
"Esta pesquisa é para eu fazer."

Analisando a predicação do verbo entregar, constatamos que este se revela como transitivo indireto, pois sempre entregamos algo a alguém. Portanto, o pronome oblíquo “mim” funciona como complemento deste – ora representando o objeto indireto.

Já no segundo exemplo, o pronome pessoal do caso reto (eu) funciona como sujeito da oração. Eis que devemos sempre empregá-lo quando um verbo, conjugado no infinitivo, o preceder. Como nos demonstram os exemplos a seguir:

"Todos estes projetos são para eu executar."

Percebemos que o pronome (ocupando a posição de sujeito) é quem executa a ação.

Analisemos outro caso, a título de uma melhor compreensão:

"Para mim, viajar nestas férias não faz a menor diferença."

Parece haver informações contraditórias, se depois da referida expressão há um verbo no infinitivo!

Absolutamente! O fato é que neste caso, como a expressão em pauta se encontra demarcada por um sinal de pontuação, entende–se que esteja isolada do contexto, pois o correto seria que estivesse no meio ou no final. Revelada por:

"Viajar nestas férias não faz a menor diferença para mim."

Neste caso, sua função seria a de objeto indireto.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

DICAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA BOA REDAÇÃO

Toda redação deve ter início, meio e fim, que são designados por introdução, desenvolvimento e conclusão, respectivamente. Em um
texto dissertativo-argumentativo, as ideias, apresentadas com brevidade na introdução, distribuem-se e ampliam-se de forma lógica nos
parágrafos do desenvolvimento, sem haver fragmentação da mesma ideia em vários parágrafos. A conclusão deve apresentar proposta de
intervenção para o assunto abordado. O texto deve ser sempre bem claro, conciso e objetivo.
A coerência é um aspecto de grande importância para a eficiência de uma dissertação, pois não deve haver pormenores excessivos ou
explicações desnecessárias. Todas as ideias apresentadas devem ser relevantes para o tema proposto e relacionadas diretamente a ele. A
originalidade demonstra sua segurança e faz um diferencial em meio aos demais textos. Só não se pode, em aspecto nenhum, abandonar o
tema proposto.
Elementos de coesão: Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as ideias, estejam elas num mesmo parágrafo ou não. Não é
obrigatório, entretanto, o emprego destas expressões para que um texto tenha qualidade. Seguem algumas sugestões e suas respectivas relações:
 assim, desse modo – têm valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por eles serve normalmente para explicitar,
confirmar e complementar o que se disse anteriormente.
 ainda – serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão; ou para incluir um elemento a
mais dentro de um conjunto de ideias qualquer.
 aliás, além do mais, além de tudo, além disso – introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo. Pode ser usado
para dar um “golpe final” num argumento contrário.
 mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) – marcam oposição entre dois enunciados.
 embora, ainda que, mesmo que – servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento, diminuir sua
importância. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.
 este, esse, aquele – são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos anteriormente expressos, inclusive para
estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre eles.
A base de uma dissertação é a fundamentação de seu ponto de vista, sua opinião sobre o assunto. Para tanto, deve-se atentar para as
relações de causa-consequência e pontos favoráveis e desfavoráveis, muito usadas nesse processo.
Algumas expressões indicadoras de causa e consequência:
 causa: por causa de, graças a, em virtude de, em vista de, devido a, por motivo de...
 consequência: consequentemente, em decorrência, como resultado, efeito de...
Obs.: Algumas expressões que podem ser usadas para abordar temas com divergência de opiniões: em contrapartida, se por um lado... /
por outro... ; enquanto uns afirmam... outros dizem que...

terça-feira, 5 de abril de 2011

O grande e o pequeno

TODO CASO DE AMOR TEM SEMPRE UM GRANDE E UM PEQUENO.
[...]O pequeno ama, o grande se deixa amar. O grande fala, o pequeno ouve. O grande discorda, o pequeno concorda. O pequeno teme, o grande ameaça. O grande se atrasa, o pequeno se antecipa. O grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.
Não é uma questão de gênero. Existem homens pequenos e homens grandes, mulheres grandes e mulheres pequenas. O temperamento e as circunstâncias influem, mas não determinam. O grande pode ser mais bem-sucedido dos dois ou não. O pequeno pode ser o mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é mais esperto, mas existem pequenos espertíssimos. Depende do caso. [...]
Mas como tudo pode acontecer, senão nada disso ia ter graça, por alguma razão, geralmente à noite, imprevisivelmente, o grande pode ficar pequeno, e o pequeno ficar grande de repente. Basta um vacilo, um cair de tarde, um olhar mais assim, um furacão, uma inspiração, uma imprudência.
Quando isso acontece, é comum o pequeno ficar maior ainda, o que torna o grande ainda menor. O ex-pequeno, logo promovido a grande, pode se vingar do ex-grande, se o seu sofrimento tiver boa memória. [...]
ADRIANA,Falcão

domingo, 3 de abril de 2011

O Amor... (na visão de quem sabe amar!)

O Amor (Fernando Pessoa)

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
...
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
...
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
...
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Doces lamentos

"...os corredores são longos e estreitos, mas esperam por passos silenciosos que insistem em recriar uma coreografia arriscada e sutil..."

domingo, 27 de março de 2011

Pontuação faz a diferença!

Um homem muito rico estava extremamente doente, agonizando. Pediu papel e caneta e escreveu, sem pontuação alguma, as seguintes palavras:

'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. '

Não resistiu e se foi antes de fazer a pontuação. Ficou o dilema, quem herdaria a fortuna? Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o texto:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga aconta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história: A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação. E isso faz toda a diferença...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Como surgiu a cedilha?

Embora tenha deixado de ser empregada na grafia da língua espanhola, a cedilha surgiu na Espanha. A origem da palavra vem de "cedilla", diminutivo de "ceda", nome da letra "z" nesse idioma. Primitivamente, a cedilha era um pequeno "z" que se colocava debaixo do "c" para indicar que a letra correspondia ao som de [s].

O castelhano abandonou o uso da cedilha no século 18, a qual foi substituída por “z” ou “c” simples antes de “e” e “i”. A cedilha ainda é utilizada em português, catalão e francês para gerar o som [s] antes de “a”, “o” e “u”.

Exemplos: criança, preço, açúcar

Assobiar ou Assoviar?

Tanto faz, pois ambas são consideradas corretas. O mesmo ocorre com todas as palavras a seguir, formas variantes em língua portuguesa.



Aluguel Aluguer
Bêbado Bêbedo
Cãibra Câimbra
Caminhão Camião
Champanhe Champanha
Chimpanzé Chipanzé
Cota Quota
Cotidiano Quotidiano
Dois Dous
Flecha Frecha
Germe Gérmen
Louro Loiro
Marimbondo Maribondo
Neblina Nebrina
Porcentagem Percentagem
Quatorze Catorze
Quociente Cociente
Rastro Rasto
Registrar Registar
Taberna Taverna
Terraplenagem Terraplanagem
Tesouro Tesoiro
Verruga Berruga

Palíndromos

Palíndromos são palavras ou frases que podem ser lidas da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda. Podemos dizer que o palíndromo, comparado à frase comum, é como um bilhete de ida-e-volta. "Ana", por exemplo, é um nome palindrômico.

O vocábulo "palíndromo" é de origem grega, sendo formado pelos elementos "palin" (novo), mais "dromo"(percurso, circuito). Palíndromos também podem ser chamados de anacíclicos, ou seja, que voltam em sentido inverso, que refazem inversamente o ciclo.

Alguns especialistas atentam para não confundirmos versos sotádicos com palíndromos. Os versos sotádicos são aqueles que lidos da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, também não alteram seu sentido, como por exemplo:

"Infelizmente morreram todos" = "Todos morreram infelizmente"

O palíndromo configura-se em uma das muitas maneiras de se interagir com a palavra e estaria presente inclusive nas Sagradas Escrituras, quando Adão teria dito sua primeira frase à Eva: "MADAM, I'M ADAM" ("Senhora, eu sou Adão").

Um dos palíndromos mais antigos e conhecidos está em latim: "SATOR AREPO TENET OPERA ROTAS" (O lavrador diligente conhece a rota do arado"). Este é considerado um palíndromo perfeito, pois pode ser lido em qualquer direção, inclusive de cima para baixo ou de baixo para cima. Observe:

S A T O R

A R E P O

T E N E T

O P E R A

R O T A S

O maior palíndromo que se conhece é a palavra finlandesa "SAIPPUAKIVIKAUPPIAS", de dezenove caracteres, que significa "vendedor de soda cáustica". Já a palavra palindrômica mais extensa do nosso idioma é o superlativo de omisso, OMISSÍSSIMO.

Na construção de sentenças, versos e frases o exemplo tido como mais antigo do Brasil é: "ROMA ME TEM AMOR". Depois deste, surgiram vários outros, dentre eles o conhecido: "SOCORRAM-ME, SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS". Outros dois palíndromos que chamam a atenção pela extensão, são: "ME VÊ SE A PANELA DA MOÇA É DE AÇO MADALENA PAES, E VEM" e "LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA: ANIL É COR AZUL".

Existem palíndromos em outros idiomas, além dos já citados em português e inglês, tais como:

- Palíndromo em sueco: "NI TALAR BRA LATIN" (Vocês falam bem latim)

- Palíndromo em espanhol: "SÓLO DI SOL A LOS ÍDOLOS" (do argentino Juan Filloy)

- Palíndromo em francês: "L'ÂME DES UNS IAMAIS N'USE DE MAL". (Larrousse du XX esiècle)

- Palíndromo em latim: "ESOPE RESTE ICIET SE REPOSE" (Petit Larousse)

terça-feira, 8 de março de 2011

Análise Sintática

1- Separe o sujeito do predicado.

a. “A pêndula do bar matelou seis horas” (Ribeiro Couto)
b. “Por minha vontade eu ficava ouvindo aquele menino a vida inteira.” (José Veiga)
c. “Dona Anita deu meia dúzia de beliscões no caçula...”(Carlos Heitor Cony)
d. “Genoveva não se defendia de um erro ou de um perjúrio.” (Machado de Assis)
e. “Atrás dele vinha o rapaz de cabelos louros, encaracolados, com olhos e nariz azuis muito abertos.” (José Clemente)
f. “Os seus hábitos estranhos deixavam perplexos os moradores da rua.” (Murilo Rubião)
g. “Vai alta no céu a lua da Primavera.” (Alberto Caeiro)
h. “A casa de palha do negro Damião, o fogo comeu num instante.” (José Lins do Rego)

2- Separe osujeito do predicado e informe se a oração está na ordem direta ou inversa.

a. No horizonte sumia o sol lentamente.
b. Aquela gritaria deixava-me tonta.
c. No lixo da feira, crianças garantiam o seu almoço.
d. Surgiu ao longe uma estrela.
e. Moças e rapazes procuravam divertimentos.
f. Por todas as firmas ele passou à procura de emprego.
g. Ninguém aguarda mais o trem.
h. Foram à escola pai, mãe e filho.
i. Poucos entenderam o plano.
j. Dominava o meu coração uma saudade imensa.
k. Inconformados, os candidatos derrotados deixaram o país.
l. Chegaram as minhas encomendas?
m. Nós necessitamos de sua ajuda.


3- Separe o sujeito do predicado e identifique o núcleo do sujeito.

a. Um bando de andorinhas pousou no fio elétrico.
b. As duas crianças estavam na creche da prefeitura.
c. A madeira é usada na fabricação de utensílios domésticos, na construção de embarcações e de casas.
d. Aqueles poucos atores reuriram-se em protesto no sindicato.
e. A luta em defesa do ambiente é necessária e fundamental.
f. As florestas nativas de São Paulo sobrevivem em pequena parte do território estadual.

4- Junte os dois períodos num só, transformando sujeito simples em sujeito composto.

a. O pai foi viajar. O filho foi viajar.
b. O consumo de carne bovina aumentou. A produção de leite aumentou.
c. A fome deve ser evitada. A violência deve ser evitada.
d. Os cartazes do candidato foram censurados. As palavras do candidato foram censuradas.
e. Os policiais localizaram os sonegadores de impostos. Os ficais localizaram os sonegadores de impostos.
f. Os jornais noticiavam o acidente da Petrobrás. As rádios noticiavam o acidente da Petrobrás.


5- Sublinhe os verbos e identifique o sujeito, classificando-o.

a. Eram cinco anos do casamento. Comemoravam o aniversário com grande festa. Os dois, muito alegres, falavam sobre o dia em que se conheceram. Chovia e não havia ônibus. Ele chegou e lhe ofereceu carona sob seu guarda-chuva. Ela ficou indecisa mas não podia perder a hora do trabalho. Caminharam por muito tempo até que um perguntou o nome do outro.

b. Jureia ganhou, no lugar de quatro usinas atômicas, uma estação ecológica para fins científicos e educacionais. Arquitetos, biólogos, geógrafos e políticos criaram o Grupo de Defesa da Jureia. Lutaram contra o projeto nuclear e contra a especulação imobiliária que havia na região. O parque da Jureia é um dos últimos locais intactos da Mata Atlântica brasileira. Possui rochas milenares e grande número de animais em extinção.



6- Todos os verbos das orações são transitivos diretos. Identifique-os por meio de retângulos e destaque o objeto direto.
a. O Brasil já exportou muito café.
b. Depois de muito tempo, abracei novamente o meu amigo.
c. O professor elogiou o trabalho do aluno.
d. No inverno, o pôr-do-sol transmitia beleza.
e. O governo brasileiro importa carne.


7- Os verbos das orações que seguem são transitivos indiretos. Identifique-os por meio de retângulos e destaque o objeto indireto.

a. Assistimos a um ótimo filme na semana passada.
b. O cantor não gostava de repórteres.
c. O povo brasileiro aspira a melhores condições de vida.
d. Nossas propostas interessam a todos.
e. Nenhum país resiste a altas taxas de inflação.


8- Os verbos das orações que seguem são transitivos diretos e indiretos. Identifique-os por meio de retângulos e destaque os objetos.

a. Os pesquisadores e cientitas ensinam aos agricultores novas técnicas de plantio.
b. Explicaram a história ao advogado com exatidão.
c. Entregamos o presente à noiva.
d. Devolveram ao garoto o seu livro.
e. Os trabalhadores pediram ajuda ao ministro do trabalho.


9- Faça um retângulo nos verbos das frases abaixo e diga se são transitivos ou intransitivos; quando forem transitivos, classifique-os e destaque o objeto.
a. Nós obedecemos às leis, mas nem todos fazem isso.
b. Alisei meus cabelos e pintei minhas unhas.
c. Dei um dinheiro ao garoto e ele comprou um doce.
d. Alguns choravam, outros riam.
e. Não precisamos de sua ajuda.
f. Entrei no bar e logo avistei o amigo.
g. Assim que abri a bolsa, senti o problema: havia esquecido a carteira.

10- Destaque o verbo de ligação e informe o tipo de relação que ele expressa em cada uma das frases abaixo. (estado transitório, continuidade de estado, estado aparente, estado mutatório, estado permanente.)

a. Os passageiros estavam angustiados dentro do ônibus.
b. As ruas de São Paulo continuam abarrotadas de carros.
c. O motorista parecia apressado.
d. A figurante tornou-se uma grande atriz.
e. O ator é ótimo.
f. O copo virou cacos.


11- Identifique somente as frases que possuem verbos de ligação e sublinhe-o.

a. Tudo parecia muito estranho.
b. A mulher andava devagar pelas ruas.
c. Meu amigo andava tristonho naquela época.
d. O garoto caiu doente há alguns dias.
e. Cláudia vive reclamando da vida.
f. Cláudio vive feliz da vida.
g. A menina caiu da escada.
h. Todos continuaram mudos na reunião.


12- Destaque os verbos e classifique-os quanto à sua predicação.

a. O atleta surge radiante.
b. Os adultos rejeitaram a sopa.
c. O meteorologista anunciou um belo dia.
d. Nós precisamos de calma e de compreensão.
e. Ele viu o animal e fugiu.
f. A sala permanecia silenciosa até o menino chegar.
g. Oferecemos nossos livros à biblioteca circulante.
h. Obedeceram aos pais sem reclamações.
i. Assistiu ao programa para conhecer os ritos indígenas.
j. Eles se tornaram agressivos repentinamente.
k. Maria e Cristina logo tornaram à casa.

13- Que tipo de verbos constituem o núcleo do predicado verbal?

14- Destaque o núcleo e classifique o predicado.

a. Os rios deságuam no mar.
b. Meu avô contava muitas histórias aos netos.
c. Os turistas visitaram as cidades históricas brasileiras.
d. A estrada terminava num deserto.

15- Faça a análise das orações abaixo.

a. O homem caminhava sem destino pela rua.
b. Os bóias-frias levantam muito cedo.
c. Eles gostam da hospitalidade brasileira.
d. A criançada ouvia a história atentamente.
e. Aninha enviou uma carta à irmã.


16- Quais são os termos básicos do predicado nominal?

17- Sublinhe os verbos de ligação e faça um retângulo no predicativo do sujeito.

a. As telefonistas continuavam ocupadas.
b. Os seus olhos ficaram fechados por algum tempo.
c. A criança permaneceu quieta apenas nos primeiros minutos da visita.
d. A garota fez-se linda para o namorado.
e. Os assalariados vivem preocupados com o fim do mês.

18- Qual é o núcleo do predicado nominal?

19- Separe o sujeito do predicado e classifique opredicado, destacando seu núcleo.

a. Os motoristas andam descontentes com o trânsito.
b. O técnico ficou surpreso com o novo aparelho de som.
c. Os turistas ficaram impressionados com o sol de verão.
d. Com o incidente, Maria fez-se pálida.
e. Os pais estavam preocupados com os filhos.

20- Identifique o predicado e classifique-o em nominal ou verbal, destacando o seu núcleo.

a. Muitos ficaram calados na hora da votação.
b. Os presos permaneciam incomunicáveis.
c. O vigário mordia de leve os beiços.
d. Olhamos aquele sorriso largo e branco.
e. O silêncio da madrugada é tranquilizante.
f. O pai não gostava de muita conversa.
g. A classe toda parecia irrequieta.


21- Nas orações que seguem, todos os predicados são verbais. Faça a análise das orações.


a. O povo quer instabilidade econômica.
b. As crianças riram muito.
c. Ninguém gosta de traição.
d. O rapaz partiu de repente.
e. Os soldados eos tenentes caminhavam pela manhã.
f. Os motoristas devem obedecer aos sinais de trânsito.
g. O aluno ofereceu ao professor o poema.
h. O país parou naquela hora do jogo.
i. As rosas desaparecem nesta época do ano.


22- Nas orações que seguem, todos os predicados são nominais. Faça a análise dessas orações.

a. O choro parecia um desabafo.
b. Nós parecíamos cansados.
c. O carro virou alguns cacos.
d. Os alunos estavam silenciosos.
e. Os médicos continuavam revoltados.

23- Faça um retângulo no predicativo e informe se é predicativo do sujeito ou do objeto.

a. Cuiabá já foi atraente para compradores de carros usados.
b. Nossa esperança continua forte.
c. Os familiares julgaram o dia do casamento inoportuno.
d. O pai estava falante, mas mesmo assim percebeu o filho desanimado.
e. A mudança de alimentação tornara o doente animado e disposto.
f. Armando saíra apressado.
g. Julgaram o quadro azul de Lila o melhor.
h. Encontraram machucado o garoto.
i. Os jovens trabalham felizes.
j. Os eleitores consideravam corrupto o candidato.

24- Identifique o núcleo do predicado das orações abaixo.

a. A obra daquele arquiteto era reconhecida mundialmente.
b. O frio continuava cortante.
c. Estas abelhas produzem o melhor mel.
d. À tarde, ela voltou para o trabalho.
e. Encontravam-se, às escondidas, todas as noites.
f. Ele deixou, desiludido, o hospital.
g. Achavámos interessante o rapaz.
h. Procuravam o sequestrador em lugar errado.
i. Aquela mulher precisava de um médico.

25- Identifique o predicado das orações abaixo.

a. A injustiça aborrece o homem.
b. Os trabalhadores voltaram exaustos.
c. Perante a lei, somos todos iguais.
d. As flores desabrocham lindas na primavera.
e. O juiz julgou o réu culpado.
f. O povo anda preocupado com os preços dos alimentos.
g. O alimento básico da criança é o leite.
h. O jogo continuava.
i. O jogo continuava animado.
j. O caso parecia confuso.
k. Da minha varanda vejo, entre árvores e telhados, o mar.
l. O aluno voltou alegre.
m. Os fogos de artifício coloriam a noite.
n. A vizinhança permanecia em estado de alerta.
o. Todos nós tremíamos assustados.
p. Os investigadores trabalhavam sozinhos.
q. A criança saiu acompanhada.


26- Faça a análise das orações abaixo.

a. O povo recebeu a notícia irritado.
b. O candidato ficou frustrado com o resultado das eleições.
c. O povo escolhe o seu presidente.
d. A Constituição Federal é a lei maior do país.
e. O carvão, o gás natural e o petróleo são substâncias minerais.
f. A produção comercial e industrial aumentou nos últimos meses.
g. O povo não aprova decisões autoritárias.
h. O romance parecia interessante.
i. Nomearam Sérgio secretário.


27- Informe a função sintática ( objeto direto ou objeto indireto ) dos pronomes oblíquos presentes nas frases.

a. Nós lhe telefonamos no fim de semana.
b. O professor o respeitava bastante.
c. Compete-lhe dar ordens?
d. Perdoou-lhe sem dificuldade.
e. A plateia olhava-os com admiração.
f. Mirou-se no vidro da janela, na falta de espelho.
g. Ela o agrediu sem motivos.
h. Quis mostrar-te o quadro.

28- Classifique os objetos destacados nas frases.

a. É preciso desenvolver o turismo no Brasil, diziam-nos os chefes da excursão.
b. Contei-lhe apenas o que ouvi.
c. O homem do cartório explicou isso também a ele.
d. Há os que acreditam nisso, mas espero que não seja verdade.
e. Cada um calça o sapato que lhe serve, dizia minha avó.
f. Há situações de que não gostamos, mas é preciso enfrentá-las.
g. Digo-lhe com sinceridade que não posso vendê-lo.
h. Reservou-nos uma mesa especial e nos cobrou também um preço especial.
i. Concedeu-lhe permissão, mas já era tarde.
j. A empresa concordou com o salário que pedimos.


29- Informe a função sintática dos termos destacados.

a. A maioria da população é favorável à reforma agrária.
b. Perdoei-lhe a dívida.
c. A Constituição foi elaborada pelos senadores e deputados federais.
d. Necessitamos de reformas sociais.
e. Os trabalhadores merecem salários justos.
f. Esse é o presente que eu pedi.
g. O paciente chamou-a.
h. Reagiu o povo contra a poluição da praia.
i. Sobram-lhes atitudes desonestas e maldosas.
j. A comida pareceu-lhe azeda.
k. Quando cozinha, ela o faz com amor.
l. Eles nos admiram.
m. As plantações foram destruídas pelos insetos.


30- Destaque os adjuntos adverbiais e classifique-os.

a. Abriram a garrafa de guaraná com uma faca.
b. O operário dirige-se para a casa com ansiedade e às vezes, por necessidade, viaja na porta do ônibus.
c. Trabalhava em São Paulo e residia no Guarujá, por isso viajava de carro e andava de balsa todos os dias.
d. Tentou abrir a mala com a minha chave, mas não conseguiu; com esforço arrebentou a fechadura.
e. Descasquei a laranja, mas, por distração, joguei-a no lixo e fiquei com a casa na cama.
f. Hoje alguns jovens procuram mais a hospedagem nos “campings” do que nos hotéis.
g. Não duvido de que o contato com a natureza nos deixe descontraidamente felizes e livres.
h. As grandes festas da uva e do vinho realizam-se nos meses de fevereiro emarço, nas cidades de Bento Gonçalves e Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.
i. Contaram-nos a emocionante aventura dos brasileiros que venceram com dificuldade o desafio do pico Aconcágua, realmente o mais alto das Américas.
j. O posto de saúde não quis atender o paciente que se feriu com a espinguarda, talvez por não ter médico de plantão naquela hora.
k. Friamente o entrevistado confessou que roubara o carro com o amigo para passear no sábado à noite.
l. Falou sobre as principais fontes poluidoras da cidade de São Paulo e, conforme prometeu, denunciou a indiferença de algumas autoridades que nunca se preocupam com o problema.
m. Em julho de 1936, em São Paulo,a rádio Cosmos informava que passaria a apresentar, semanalmente, um programa luso-brasileiro.
n. Verdadeiramente não podemos nos calar diante de uma injustiça, dizia meu pai quando falava sobre os problemas sociais.
o. Vestiu-se para a cerimônia, talvez sem vontade; olhou-se demais no espelho e, apesar de elegante, sentia-se um palhaço.
p. Na hora do café costumava sentar-se à mesa, conosco, comia meio de lado e era sempre muito agradecido a nós.


31- Informe se o termo destacado é vocativo ou aposto.

a. Paranapiacaba, uma vila ferroviária construída pelos ingleses, transporta para as matas atlânticas um pouco da Inglaterra do tempo da rainha Vitória.
b. Crianças, escolham um brinquedo e divirtam-se.
c. Ó gente, está na hora de sairmos.
d. Alô! Brasil, a partir de agora transmitiremos o jogo inicial do Campeonato Mundial de Basquete Feminino.
e. Ó de casa! Tem gente aí?
f. Chegando a São Paulo, o maior centro urbano do país, não deixe de visitar o Museu de Arte de São Paulo.
g. “Pai, afasta de mim esse cálice.” (Chico Buarque)
h. “Já me sinto esgotado e cansado de pensar, Meu Deus.”

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Substantivos - Exercícios Complementares

1- Em cada frase, há apenas um substantivo. Identifique-o e classifique-o.
a. Você tem medo de lobisomem?
b. “não se pode amar sem igualdade.”
c. A beleza exterior ainda é muito valorizada.
d. “Vede os tristes cravos desfeitos” (Cecília Meireles)
e. A correria parecia inevitável.
f. A violência tornou-se comum.
g. “Correi, correi, ó lágrimas saudosas...” (Fagundes Varela)

2- Leia, com atenção, o poema de Carlos Drummond de Andrade.
“Cidadezinha qualquer”
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar...as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.

a. As palavras “bananeiras e laranjeiras” são dois substantivos formados de outras palavras. Que palavras são essas?
b. Que nome essas palavras identeificadas no item A recebem quanto à formação dos substantivos?
c. Como ocorreu a formação das palavras bananeiras e laranjeiras?
d. Que nome recebem as palavras em que foi acrescido o sufixo?
e. Acrescente sufixos aos substantivos do poema e forme palavras derivadas.
Cachorro:
Burro:
f. Há no poema dois substantivos abstratos. Identifique-os.
g. Procure, no texto, um verbo empregado com valor de substantivo.

3- Leia o texto a seguir.

“Super-Homem e Batman”
Dois dos maiores mitos do mundo contemporâneo, Super-Homem e Batman serviram de modelo para vários outros super-heróis. Criados no final da década de 1930, são até hoje objetos de estudos, críticas e pesquisas, além de inspirar séries de televisão e filmes. [...]
Dossiê-Quadrinhos,Revista CULT.
-Observe os grupos formados por palavras do texto lido.
*Grupo 1: Super-Homem, Batman.
*Grupo 2: mitos, mundo, modelo, super-heróis, final, década, objetos, estudos, críticas, pesquisas, séries, televisão, filmes.

a. A que classe gramatical pertencem as palavras dos dois grupos?
b. Como você classificaria as palavras do grupo 1? E as do grupo 2?
c. Copie os substantivos compostos.

4- Observe as frases.
*O mito é o relato sobre seres e acontecimentos imaginários.
*A mitologia é o estudo da ciência dos mitos.

-Das orações a seguir, complete a segunda com um substantivo derivado.

a. A miséria impera no mundo.
Nesse............................................há muitas pessoas à margem do desenvolvimento.
b. O Final da partida foi emocionante.
A.............................do jogo não foi alcançada: a união dos times adversários.
c. Os estudos sobre a floresta Amazônica ampliaram-se.
Os..............................participaram da pesquisa sobre a Amazônia.

d. Mesmo com tantas pesquisas sobre o aquecimento global, ainda há muitas dúvidas.
Alguns...........................afirmam que o homem é o principal responsável pelo aquecimento global.

5- Substitua os # pelos substantivos coletivos correspondentes.
a. Os adolescentes reuniram-se em # para discutir a questão da maioridade penal.
b. A apresentação da peça foi excelente; e sobre o # não há o que discutir, são ótimos atores.
c. Um # magnífico marcou o primeiro dia da apresentação da Orquestra Sinfônica de São Paulo.
d. A # mostrava-se repleta de peregrinos comprometidos com o objetivo da viagem.
e. No mar sem fim, uma # indicava que os navios estavam repletos de tanques de guerra.
6- Combine adequadamente as palavras das duas colunas, formando com elas substantivos compostos.
Plano Pé
Papel Papo
Obra Ardente
Água Moeda
Bate Prima
Busca Alto

7- Com as palavras a seguir, forme substantivos abstratos.
Mau
Pobre
Rico
Simples
Nobre
Amigo
Feliz
Justo
Belo
Tolo
Esperto
Rápido

8- Leia o diálogo e responda as questões.

Pablo: Que planeta é esse?
Richard: Planeta Espelho. Veja isso. Mares de lágrimas, continentes áridos, poeira de ossos, nuvens de vapor de boa intenção.
Pablo: Mais um destruído pelo vento do progresso.
Richard: A burrice é o elemento químico onipresente.

a. Identifique os substantivos femininos.
b. Por que esses substantivos são assim classificados?
c. Identifique os substantivos masculinos.
d. Por que são masculinos?

9- Indique, em cada item, o substantivo que não pertence ao mesmo grupo de formação de gênero. Indique também o grupo a que ele pertence.

a. Jornalista, dentista, gerente, indivíduo, intérprete.
b. Carrasco, pesoa, vítima, cônjuge, imigrante.

10- Há substantivos que possuem gêneros diferentes para significados diferentes. Escreva o significado do substantivo em destaque dos conjuntos de frases a seguir.
a. Marcos considera-se o cabeça do grupo de estudo.
Parece que aquele garoto tem uma cabeça muito grande.

b. Moral da fábula: “Muito mais se consegue com a brandura que com a violência”.
Como não questionar o moral dos corruptos?

c. Na viagem que fizemos à Minas Gerais, nossa guia era muito inteligente.
Ganhei o novo guia da cidade do Rio de Janeiro.

d. Os adolescentes ouvem muito a rádio Jovem.
Muitas pessoas gostariam de adquirir aquele rádio antigo.
11- Classifique os substantivos uniformes em comum de dois gêneros, sobrecomuns e epicenos.
Vítima
Jovem
Colega
Girafa
Pessoa
Capivara
Jornalista
Onça
Cúmplice
Estudante
Testemunha
Criatura
Indivíduo
Cônjuge
Formiga

12- Informe o gênero dos substantivos, usando o artigo “o” ou “a”.
...eclipse
...omoplata
...sucuri
...decalcomania
...telefonema
...lança-perfume
...cútis
...alface
...dó
...cal
...clã
...dinamite
...champanha
...guaraná
...derme
...grama (peso)
...gengibre
...sentinela

13- Leia o diálogo e responda.

Walter: - Estou com gripe aviária.
Juan: - O que está sentindo?
Walter: - Medo de saltar de paraquedas de um avião.

a. Em que consiste o humor da tira?
b. Identifique o substantivo composto que aparece nos quadrinhos.
c. Como esse substantivo foi formado?
d. Há nas falas da tirinha um substantivo abstrato. Identifique-o.

14- Há, em cada conjunto de substantivos compostos no plural, um substantivo que foge às regras gramaticais. Identifique-o e escreva a forma correta.
a. Salários-família, bananas-maça, couve-flores, grão-duques.
b. Sempre-vivas, vice-presidentes, salva-vidas, segunda-feiras.
c. Guarda-civis, bem-te-vis, os bota-fora, cafés-concerto.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A prática faz um bom redator.

O conhecimento prévio a respeito do assunto a ser redigido é essencial para uma boa redação. Como você vai escrever sobre um assunto que desconhece?

Ler jornais, livros, reportagens, resenhas, artigos é a principal dica para quem não deseja ficar perdido diante de um tema.
Contudo, para aqueles que estão prestes a fazer o vestibular, fique atento à coletânea textual, a qual é o conjunto de textos que sucede as propostas de redação.
Na coletânea há informações que podem ser usadas como fontes, no entanto, não podem ser copiadas. Além disso, a própria avaliação do vestibular traz explicações das propostas de construção textual, leia-as cautelosamente.

Redigir uma boa redação também exige prática, quanto mais treinamento melhor. Igualmente, saber os elementos que compõem um texto narrativo, dissertativo, descritivo é fundamental. Todavia, as provas de vestibular estão voltadas a tipos de textos que antes não eram cobrados, como as seguintes propostas: carta pessoal, artigo de opinião, manifesto, carta argumentativa, diário, fábula, artigo científico.

É importante que o aluno busque informações sobre cada tipo de proposta, treine e não se prenda a certos tipos de erros comuns como, por exemplo: introduções muito amplas, cheias de detalhes, ultrapassando seis linhas; desenvolvimento repetitivo, com as mesmas argumentações ou com idéias que se distanciam do que foi dito na introdução; conclusão com chavões (Concluindo, Finalizando, Em resumo). A conclusão é um desfecho, geralmente expõe a resolução de um problema e não deve ser prolongada, o ideal é que tenha a mesma quantidade de linhas da introdução: seis linhas para um texto de trinta ou trinta e cinco linhas.

Em uma carta, seja qual for a tipologia (argumentativa, de reclamação, pessoal, científica), evite a introdução “Venho através desta”, trata-se de um pleonasmo, pois está claro que o canal de comunicação escolhido é a carta. Ainda na introdução, não utilize expressões clichês como “Hoje em dia”, “Nos dias de hoje”, “Há muito tempo”, pois empobrecem o texto. Introduza o assunto sem delongas, como: “A população precisa de atendimento de urgência público, pois...”, “Os médicos da rede pública estão sendo mal remunerados em comparação à quantidade de serviços prestados diariamente.”

Em uma dissertação evite colocar pronomes pessoais na primeira pessoal, pois a intenção pode até ser expor sua opinião sobre algo, mas deve ser apresentada como uma observação geral sobre o assunto. Neste caso, o melhor é utilizar a terceira pessoa do plural, pois generaliza o conceito ou a apreciação (Não podemos, nós somos brasileiros).

Em uma redação seja mais objetivo, não se estenda em um assunto, escreva somente o necessário para o entendimento de quem lê, se posicione na condição de leitor, releia seu texto, faça rascunho, use a coletânea (não para copiar), não repita o mesmo argumento, não ultrapasse trinta e cinco linhas e fique atento à estrutura do texto e proposta escolhida.

Mas, Más, Mais, Mal, Mau...eis a diferença!

Na verdade, existe uma grande diferença entre os termos: mas, mais, más, mau e mal.

Vejamos:

*Mas: a palavra ou expressão "mas" pode ser substituída por "porém".
Exemplo: "Gosto de avião, mas prefiro meu carro."
-É bom ressaltar que o "mas" vem sempre depois de uma vírgula.

*Mais: significa acréscimo ou aumento de intensidade.
Exemplo: "Preciso de mais personagens no meu texto."/ "Estou me sentindo mais feliz."

*Más: plural de má, que significa "ruim".
Exemplo: "Elas são realmente más."

*Mal: a palavra "mal" pode ser um advérbio de modo, uma conjunção ou substantivo. Opõe-se a bem, porém quando é empregado como conjunção emprega-se como sinônimo de apenas.
Exemplos:

"Mal saiu de férias, já deve voltar para a escola." (conjunção)

"Aquele garoto saiu mal na prova de ontem." (advérbio de modo)

"Você não sabe o mal que me fez." (substantivo)


*Mau:A palavra mau é um adjetivo utilizado para acompanhar um substantivo. Opõe-se a bom e pode ser utilizada no plural e no feminino, segundo a necessidade. Exemplos:

"Você é um mau aluno."

"Aqueles garotos são maus."

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

De como aprendi a respeitar...

Os sábados eram para mim como um dia de sol. Esperava ansioso por ele, desejava cada segundo daquele dia. Íamos todos ao supermercado, religiosamente. Embora, não fosse assim com os cumprimentos cristãos que envolviam minha família.
Minha mãe encarregava-se de cuidar dos três filhos – eu, Joana e Vinícius- enquanto meu pai ficava com a tarefa mais árdua e entediante de todas, ele reclamava e como se não bastasse reclama muito e repetidas vezes, tantas quantas se fizessem necessárias para nos convencer de que quanto mais crescíamos, mais seríamos capazes de consumir o seu salário.
E como era alto o preço do pão diante dos olhos atentos de meu pai, ele era capaz de reproduzir todo o trajeto do feijão, da plantação até minha mesa, só para deduzir os gastos e o preço daquele comércio. Ele era definitivamente o melhor matemático de todos.
Minha mãe ouvia seus conselhos pacientemente, e eles esbarravam até na maneira como ela deveria preparar os alimentos. Ela realmente era uma santa! Meu próprio pai costumava dizer:
- Santinha, traga meu jantar!
E nessas horas ela sorria com um ar de gratidão pelo carinho concedido. Ah! Como era santa minha mãe, e eu só aprendi a vê-la depois de adulto.
Numa dessas idas e vindas ao mercado, como era nosso costume, planejávamos quais brincadeiras teriam a vez naqueles imensos corredores. Mas daquela vez foi diferente! Planejamos e efetuamos tudo que nos fora permitido até ouvirmos a voz de nossa mãe que clamava por ordem e silêncio. Como insisti em continuar com minha voz estridente aos berros de: “- Pega ele! –Pega ele!” levei um imenso puxão de orelha. Minha mãe sabia que aquela dor beirava o insuportável e por isso o fazia repetidas vezes, até que nos calássemos.
Mas nenhuma dor do mundo superou até hoje aquela cena que ela, com seu dedo indicador, mudou minha vida. Seguida de uma fala ameaçadora, dizia minha mãe:
- Vocês estão vendo aquele menino? Aquele na cadeira de rodas sendo empurrado por sua mãe? Aquilo foi um castigo por ele não ter obedecido!
Eu não entendia por qual razão ele era diferente, mas seus movimentos lentos e seu balbuciar não eram iguais aos meus. Ele me olhava e tentava um leve sorriso , mas não saía nada.
Passei imensas horas de anos da minha vida imaginando por qual motivo aquela mãe havia dado tão doloroso castigo ao seu filho. Que mal poderia ter feito ele? Será que havia roubado um doce antes do jantar ou sujado sua roupa antes de cantar os parabéns? Brigado com os irmãos não poderia ser, pois não era tão grave assim!
Resolvi respeitar mais a minha mãe, não saberia dizer por quanto tempo ela seria capaz de me conduzir numa cadeira de rodas.
Lucilene Bonafé

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O menino das meias vermelhas

Todos os dias, ele ia para o colégio com meias vermelhas.
Era um garoto triste, procurava estudar muito mas na hora do recreio, ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. Os outros garotos zombavam dele, implicavam com as meias vermelhas que ele usava.
Um dia, perguntaram porque o menino das meias vermelhas só usava meias vermelhas.
Ele contou com simplicidade: "no ano passado, no meu aniversário, a minha mãe levou-me ao circo. Calçou- me estas meias vermelhas. Eu reclamei, comecei a chorar, disse que toda a gente ia rir de mim por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que se me perdesse, bastaria olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas saberia que o filho era dela".
Os garotos responderam: "Mas tu não estás num circo! Porque não tiras essas meias vermelhas e jogas fora?"
Mas o menino das meias vermelhas explicou: - "é que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando estas meias vermelhas. Quando ela passar por mim vai me encontrar e me levará com ela." - Carlos Heitor Cony

O príncipe que aprendeu amar

Era uma vez um reinado, desses iguais a tantos outros, com um príncipe, um cavalo branco e muitos, mas muitos empregados. O jardim encantava com suas cores, e o sorriso era ordem intacta em dias de sol e chuva. Também seria igual a tantos outros, se não fosse pela postura de seu regente.
Aquele era um ser inigualável – um príncipe órfão que recebera de seus pais a árdua tarefa de mandar. E mandar era o que fazia de melhor. Era a única qualidade da qual se vangloriava em suas belíssimas canções.
Criatura pequena em estatura, mas Hercúleo em ações. Deliberava e pronto! Lá estavam todos aos seus pés, cumprindo suas obrigações. E entre mandos e desmandos, naquele dia, o reinado foi abalado por um deslumbre.
- Ordeno que todos os homens e mulheres do meu reinado deixem de amar!
- E como faremos isso? – perguntou um pobre qualquer.
E do alto de sua torre, respondeu ele:
- Deixem de amar! Os olhos não deverão mais brilhar, esqueçam as músicas, dominem as batidas de seus corações!
Pronto! A desordem se instalou pelos quatro cantos daquela região. Não havia silêncio, não havia tolerância, não havia sentimento que bastasse .
Durante anos, as flores perderam seu perfume e os pássaros já não encantavam com suas melodias. Entre as borboletas ouviam-se murmúrios de que já não deveriam passear por ali, pois poderiam se contaminar com tamanha crueldade. As árvores desistiram até de crescer e dar frutos, já não recebiam a atenção dos casais enamorados que aos seus pés trocavam suas declarações de amor e juras eternas.
Fechado em sua ganância e alheio a qualquer tipo de pedido, seguia o nosso príncipe.
- Fechem as portas!
- Tragam a minha refeição!
- Chamem o bobo da côrte!
Pobres servos, mal entendiam a razão de tantas ordens. Só podiam mesmo ouvir e cumprir. Entendiam aos poucos quem é que mandava por ali.
E assim foi, que dia após dia, a amizade entre eles se deteriorava, e aquilo que era amor transformou-se em revolta e indignação. Resolveram, então, contrariar as ordens de seu príncipe,confabularam uma grande festa em celebração à alegria, passaram dias costurando, lavando, arrumando, enfeitando aquele reinado e no dia combinado, podia-se ver novamente o aroma doce e encantador daquele povo.
O príncipe que nem mesmo havia sido convidado sentiu-se traído e resolveu se fechar em seu castelo. Gritou, brigou, esperneou, mas nada conseguiu mudar. Sua voz já não ecoava, suas leis não eram mais respeitadas.
No desejo de controlar aquela situação o pequeno foi ao encontro do sábio Loui – aquele sim, conhecia todas as coisas. E ao contar sua terrível jornada foi por alguns minutos observado por ele que apenas cortejou-lhe com uma única frase:
- O sentimento que se dá, deve ser imensamente superior ao que se pretende!
O caminho de volta nunca fora tão longo e a cada cavalgada seu pensamento parecia lhe consumir. Sentia o vento em seu rosto e todo encanto dos raios de sol, pudera sentir também um cheiro há muito esquecido, parecido com o odor dos biscoitos quentinhos preparados no final de uma tarde chuvosa. Lembrou-se do afago de sua mãe e do sorriso largo de seu pai que insistia em fazê-lo andar. Pôde vibrar com as batidas de seu coração, e finalmente percebera o encantamento da felicidade.
Descobriu, enfim, que mandar não é sinônimo de amar, e que quando se ama não há hierarquia, apenas se ama. E que talvez esta seja a chave de todo entendimento.

Lucilene Bonafé

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A caixinha de segredos

Lá estava ela, a garota dos olhos de mel, entre seus amiguinhos de sala. Contavam-se dois ou três, pois o restante distanciava-se devido ao seu importúnio sentimento de timidez.
Os bancos largos e incômodos eram cúmplices de grandes ideias, de grandes sonhos. Desejava algo inusitado, assim como, inusitado era seu zelo por aquilo que curiosamente carregava - uma caixinha dourada, dessas que não se vê muito por aí, mas que para ela tinha tamanho valor quanto sua fiel vontade de fazê-la viver.
Os pensamentos voavam ao som melódico de vozes que insistiam em lhe trazer de volta. Vivia entre nuvens e estrelas, e fazia desse, o seu ambiente particular. Às vezes, apertava tanto sua pequena caixinha, como se dando-lhe amor, pudesse fazê-la cumprir. E era assim que amava.
Um belíssimo dia,desses que encontramos em romances, deixou solitária sua companheira, correu para buscar novas fitas, novas rendas, novos enfeites que pudessem abrilhantar sua caixinha. Precisava renová-la, pois também tinham sido renovadas as esperanças. Encantou-se tanto com as cores, com as formas, com as flores que lhe apresentaram, que se deixou embriagar pela novidade. E por alguns momentos deu-se a esquecer de sua amiga solitária.
Ao reencontrá-la, percebera que algo havia mudado, algo havia se perdido entre as duas. Abraça-la não fora suficiente para trazê-la à vida.
Ninguém jamais tinha ousado tanto, ninguém jamais tinha chegado tão perto de pertencê-la. Mas, aquele foi um dia especial - não exatamente no contentamento.
Roubaram-lhe os sonhos, o tesouro precioso havia se esvaziado, não sobrou nada além de uma caixa - simples e dourada.
Para a pobre menina, que teimava em observá-la em seu contorno, em sua profundidade, em sua forma e velha cor; restou também um vazio, que saltava-lhe além do ser e uma ingênua esperança de que pudesse preenchê-la novamente. Pobre menina, pobre também era sua caixa.
Trazia nela todos os sonhos do mundo. Perderam-se todos, em absoluto silêncio.

Lucilene Bonafé

Orações Coordenadas

ORAÇÕES COORDENADAS _________________________________________ Exercícios Classifique as Orações Coordenadas Sindéticas: O1 - Nã...