segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Regras de uso dos acentos

Palavras Oxítonas:
  • Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas nas vogais -a, -e, -o (seguidas ou não de -s): pá, pés, pó, sofá, pajé, curiós, caratê,bebês.
  • Acentuam-se as palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas em -em, -ens: alguém, parabéns.
  • Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em ditongo aberto e tônico -éi, éu, e ói (seguidas ou não de -s) :anéis, céu, chapéus, herói, caubóis.

Palavras Paroxítonas:

* Recebem acento gráfico as palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tônica, as vogais -a, -e, -o (abertas), além de -i ou -u, terminadas em:

  • -i, -is, -us: júri, táxi, biquíni, grátis, bônus, Vênus.
  • -l, -n, -r, -x, -ps: fóssil, abdômen, âmbar, córtex, bíceps.
  • -ã, -ãs, -ão: ímã, ímãs, órfão, órfãos.
  • -on, -ons: íon, elétron, elétróns.
  • -um, -uns: álbum, quórum, álbuns.
  • -ei, -eis: vôlei, pôneis, cantaríeis.

Palavras Proparoxítonas:

*Acentuam-se todas as proparoxítonas.

  • álibi, lâmpada, paralelepípedo, sílfide.

Caso Especial

Nas palavras oxítonas e paroxítonas, acentuam-se o -i e o -u tônico dos hiatos quando ocorrem sozinhos na sílaba ou seguidos de -s.

  • Pi-au-í, ba-ús, a-í, tu-iu-ús, ju-í-zes, sa-ú-de, ba-la-ús-tre.

Nessa regra, existem duas exceções para as palavras paroxítonas: não recebem acento o -i e o -u tônico dos hiatos quando forem precedidos por ditongo.

  • bai-u-ca, fei-u-ra, Gua-i-ba, Sau-i-pe.

Ou quando a sílaba seguinte for iniciada por -nh

  • ra-i-nha, ta-i-nha

Acentos Diferenciais

*Acentuam-se as formas verbais indicativas de 3ª pessoa do plural dos verbos "ter" e "vir" ( e seus compostos), para distingui-las da forma verbal de 3ª pessoa do singular: ele tem - eles têm; ele vem - eles vêm.

  • pôr (substantivo composto: pôr-do-sol) /por (preposição);
  • quê (substantivo, interjeição, pronome quando ocorre no final da frase) / que (demais funções e ocorrências);
  • porquê (substantivo) / porque (conjunção);
  • pôde (forma verbal na terceira pessoa do singular, passado) / pode (forma verbal de 3ª pessoa do singular, presente).

domingo, 7 de novembro de 2010

Ler...

"Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências têm, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação."
(Leonardo Boff)

Soneto de separação - Vinicius de Moraes

De repente do riso fez-se pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
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Mais conhecido pelas suas composições musicais, Vinicius de Moraes iniciou sua obra poética na década de 1930, com a publicação de "O caminho para a distância (1933)". Sua poesia, naquele momento, conservava ainda uma clara influência da estética simbolista.
Nas obras iniciais, Vinicius aproximou-se de temas como a religiosidade e a angústia associada à oscilação entre matéria e espírito.
Aos poucos, porém, seu interesse voltou-se para aspectos do cotidiano e para o relacionamento amoroso. Nos seus inúmeros poemas de amor, a influência da poesia camoniana é muito forte e pode ser observada na tentativa de analisar o amor, na preferência pelo soneto como forma poética,e no uso frequente de antíteses para expressar as contradições próprias desse sentimento.
Em muitos sonetos de Vinicius de Moraes, o amor é apresentado como um sentimento poderoso e fugaz. É essa ideia central do "Soneto de separação", em que as antíteses mostram o impacto da perda do amor na vida das pessoas: o riso torna-se pranto, traz a dor, a tristeza. A tragédia, que provoca o espanto, é constatar que toda essa transformação acontece de repente, em um breve instante.

Cantiga - Cecília Meireles

Ai! A manhã primorosa
do pensamento...
Minha vida é uma pobre rosa
ao vento.

Passam arroios de cores
sobre a paisagem.
Mas tu eras a flor das flores,
imagem!

Vinde ver asas e ramos,
na luz sonora!
Ninguém sabe para onde vamos
agora.

Os jardins têm vida e morte,
noite e dia...
Quem conhecesse a sua sorte,
morria.

E é nisso que se resume
o sofrimento:
cai a flor, - e deixa o perfume
no vento!

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Primeira mulher a alcançar destaque no cenário da poesia brasileira, Cecília Meireles escreveu vários livros de poesia em que desenvolveu as tendências da corrente espiritualista da segunda geração.
Na obra "Cantigas", a vida é apresentada metaforicamente como uma rosa. O eu lírico cria a analogia a partir da ideia de que os seres humanos se apegam às aparências (à imagem), que estão destinadas a desaparecer com a passagem do tempo. A regularidade dos ciclos da natureza (vida e morte, noite e dia) comprova a transitoriedade da vida. Na última estrofe, revela-se a razão do sofrimento humano: as lembranças do passado (o perfume da rosa) continuam a existir, mesmo depois da destruição da forma que as gerou.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Óbito do autor

[...] expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia -peneirava- uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: -"Vós que o conhecestes, meus senhores,vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado".
Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.
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Na cena, Brás Cubas narra seu próprio enterro. Quando fala dos poucos amigos que acompanharam a cerimônia, destaca um dos "fiéis de última hora" que chegou a comparar o estado da natureza à tristeza provocada pela morte de Brás. O comentário final do narrador revela a força da sua ironia e desnuda os interesses do amigo "fiel": "Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei". Essa observação obriga o leitor a reavaliar os motivos que levaram esse "amigo" a fazer um discurso emocionado. Na verdade, era alguém movido somente por interesses finaceiros (iria herdar algumas apólices) e não por um sentimento sincero.
Em todas as obras de Machado de Assis são inúmeros os exemplos de observações como essa, o que faz com que a ironia seja uma das características definidoras do seu estilo literário.

A eficácia das palavras certas

Havia um cego sentado numa calçada em Paris. A seus pés, um boné e um cartaz em madeira escrito com giz branco gritava: "Por favor, ajude-me. Sou cego".Um publicitário da área de criação, que passava em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz e com o giz escreveu outro conceito. Colocou o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.
Ao cair da tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Seu boné, agora, estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pisadas do publicitário e perguntou se havia sido ele quem reescrevera o cartaz, sobretudo querendo saber o que ele havia escrito.
O publicitário respondeu: "Nada que não esteja de acordo com o conceito original, mas com outras palavras". E, sorrindo, continuou o seu caminho. O cego nunca soube o que estava escrito, mas seu novo cartaz dizia: "Hoje é primavera em Paris e eu não posso vê-la".

domingo, 24 de outubro de 2010

A vaguidão específica

Millôr FernandesLa Insignia. Brasil, fevereiro de 2005.

"As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica."-Richard Gehman-

- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
- Junto com as outras?
- Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.
- Sim senhora. Olha, o homem está aí.
- Aquele de quando choveu?
- Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
- Que é que você disse a ele?
- Eu disse pra ele continuar.
- Ele já começou?
- Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
- É bom?
- Mais ou menos. O outro parece mais capaz.
- Você trouxe tudo pra cima?
- Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.
- Mas traga, traga. Na ocasião nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.
- Está bem, vou ver como.
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O papel do falante: ocultar ou revelar suas intenções

Em uma determinada situação de interlocução,caberá sempre ao falante escolher os enunciados que melhor se ajustem aos seus propósitos.Se desejar colaborar com o seu interlocutor, escolherá enunciados que não o confundam, que deixem claros seus pontos de vista, que respondam às perguntas feitas.
Caso a intenção do falante seja deixar subentendido o que pensa, permitir a dupla interpretação de suas palavras, usará a linguagem para criar efeitos de sentido que levem o interlocutor a descobrir essas ambiguidades, sem que ele tenha de revelá-las abertamente.
A leitura do texto sugere que essas duas mulheres sabem muito bem sobre o que estão falando. O leitor, porém, não é capaz de identificar as referências que podem atribuir um sentido específico aos enunciados do diálogo. Isso acontece porque ele não tem conhecimento do contexto em que se produziu essa interlocução.
O humor do texto nasce da impossibilidade de compreensão da conversa das duas mulheres.

sábado, 23 de outubro de 2010

A Herança

Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:
'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a contado padeiro nada dou aos pobres.'
Morreu antes de fazer a pontuação.
A quem deixava a fortuna?
Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.
Moral da história:A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação.E isso faz toda a diferença...

terça-feira, 8 de junho de 2010

A Revolta da Chibata

Dêem uma olhada em http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/revolta_chibata.htm para um resuminho sobre a revolta da chibata.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Por quê", "por que", "porque" ou "porquê"?

O uso dos porquês é um assunto muito discutido e traz muitas dúvidas. Com a análise a seguir, pretendemos esclarecer o emprego dos porquês para que não haja mais imprecisão a respeito desse assunto.

Por que

O por que tem dois empregos diferenciados:

Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)

Por quê

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.

Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

Porquê

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)
Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)

Fonte:Brasil Escola (www.brasilescola.com)

sábado, 13 de março de 2010

Luís Vaz de Camões: Resenha Biográfica

Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 10 de Junho de 1580) é frequentemente considerado como o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. O seu gênio é comparável ao de Virgílio, Dante, Cervantes ou Shakespeare; das suas obras, a epopéia Os Lusíadas é a mais significativa.
Desconhece-se a data e o local onde terá nascido Camões. Admite-se que nasceu entre 1517 e 1525. A sua família é de origem galega que se fixou na cidade de Chaves e mais tarde terá ido para Coimbra e para Lisboa, lugares que reivindicam ser o local de seu nascimento. Frequentemente fala-se também em Alenquer, mas isto deve-se a uma má interpretação de um dos seus sonetos, onde Camões escreveu "[…] / Criou-me Portugal na verde e cara / pátria minha Alenquer […]". Esta frase isolada e a escrita do soneto na primeira pessoa levam as pessoas a pensarem que é Camões a falar de si. Mas a leitura atenta e completa do soneto permite concluir que os fatos aí presentes não se associam à vida de Camões. Camões escreveu o soneto como se fosse um indivíduo, provavelmente um conhecido seu, que já teria morrido com menos de 25 anos de idade, longe da pátria, tendo como sepultura o mar.
Camões perdeu um de seus olhos ao participar de uma batalha, em que serviu como soldado.
Faleceu numa casa de Santana, em Lisboa, sendo enterrado numa campa rasa numa das igrejas das proximidades. Os seus restos encontram-se atualmente no Mosteiro dos Jerónimos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Feliz Aniversário!

Amanhã a nossa querida Professora Lucilene fará aniversário! Parabéns Professora!
De presente, aqui está o blog, pronto para funcionar!

Orações Coordenadas

ORAÇÕES COORDENADAS _________________________________________ Exercícios Classifique as Orações Coordenadas Sindéticas: O1 - Nã...